O que é fratura do cotovelo?
As fraturas de cotovelo envolvem o úmero distal, a ulna e o rádio proximais.
- Úmero distal: fraturas supraintercondilares.
- Ulna proximal: fratura do olécrano, processo coronóide e metáfise ulnar.
- Cabeça do rádio: colo e cabeça do rádio.
Quadro clínico e exame físico
Quando ocorre um trauma no braço, por exemplo uma queda com a mão espalmada no chão ou um trauma direto do cotovelo, e o mesmo gera dor, uma hematoma e incapacidade de movimentar a articulação, existe uma forte possibilidade de estarmos frente a uma fratura no cotovelo. Associado às fraturas, é possível que ocorra lesões ligamentares, tornando o cotovelo mais instável, ou seja, há a possibilidade da ocorrência de uma luxação do cotovelo mesmo sem um novo episódio traumático. Devido à dor, às vezes é difícil fazer o diagnóstico no consultório, o mesmo podendo ser realizado durante a cirurgia com o paciente anestesiado.
De qualquer forma faz-se necessário um exame de imagem.
Exames de imagem
Entre os exames recomendados para um melhor diagnóstico de uma fratura de cotovelo, o Ráio X é mandatário quando há um trauma e dor no cotovelo, enquanto a tomografia computadorizada auxilia no entendimento da fratura. A ressonância magnética raramente está indicada.
Fraturas supraintercondilares do úmero distal
Tratamento
Cada fratura deve ser avaliada individualmente, tomando como base o seu traço, zona, número de fragmentos e, principalmente, o seu deslocamento. As fraturas do cotovelo adulto, via de regra, aceitam pouco deslocamento sob o risco de gerar limitação de movimento no futuro (rigidez de cotovelo). Quando houver a indicação da cirurgia, o objetivo é colocar os fragmentos no lugar (redução) e fixá-los da forma mais estável possível para que o paciente possa começar a movimentar a articulação precocemente evitando a rigidez articular.
Atualmente existem implantes específicos para cada região do cotovelo como placas pré-moldadas. Algumas placas possuem a tecnologia de parafusos bloqueados (LCP) o que torna a montagem mais firme. Essas placas são importantes em fraturas cominutivas (vários fragmentos) e ossos osteoporóticos.
Fratura da ulna proximal (olécrano)
Dentre as fraturas da ulna proximal, a fratura do olécrano é a mais comum. Ela geralmente ocorre durante uma queda na qual o músculo tríceps avulsiona o fragmento do olécrano causando um desvio. Quando ocorre um desvio significativo, essas fraturas são cirúrgicas e geralmente não são utilizadas placas para a fixação, sendo realizada uma técnica conhecida como “banda de tensão” na qual o próprio movimento do cotovelo realizará uma força de compressão entre os fragmentos.Em geral não é necessária a retirada do material utilizado.
Fratura da cabeça do radio
A cabeça do rádio é uma estrutura óssea que contribui para a realização do movimento de rotação (pronação e sulpinação) do antebraço e mão. É uma estrutura que também aceita pouco desvio, e quando ele ocorre deve ser feito um tratamento cirúrgico. As fraturas cirúrgicas da cabeça do rádio são tratadas com fixação com parafusos delicados e geralmente o paciente permanece imobilizado por algumas semanas com uma tala de gesso. Em fraturas mais graves é possível realizar a ressecção dessa estrutura para evitar complicações tardias.